Às vésperas de completar 80 anos, empresa caxiense atua com CEO jovem e metas altas de crescimento nas exportações
Em um planejamento estratégico altamente profissionalizado, a Autotravi traçou um caminho detalhado para atingir a meta de R$ 110 milhões de receita líquida em 2027. E já começou os movimentos para comemorar esses números, quem sabe, até antes do previsto. Às vésperas de completar 80 anos no mercado de borracha, em fevereiro de 2025, a empresa caxiense vem apostando em mudanças na equipe – incluindo o CEO -, na cultura organizacional e no posicionamento de marca.
Esse tripé de novas ações vem sendo conduzido por Eduardo Aver Vanin, que voltou ao Brasil em dezembro de 2022 para assumir como diretor executivo CEO trazendo na bagagem uma consolidada carreira internacional no Grupo Randon. Ele morava e atuava profissionalmente na Alemanha quando chegou o convite da Autotravi. “Eu me preparei durante toda a minha carreira para ser CEO, esse era o meu objetivo. Quando o oportunidade chegou, aceitei e voltei para casa”, conta o executivo de 37 anos.
Em 2023, seu primeiro ano de trabalho na Autotravi, Vanin focou no conhecimento do negócio e na construção de uma maior profissionalização da estrutura da empresa, principalmente em estratégia. “Comecei pela base da estruturação, incluindo a parte de pessoas, mas especialmente no planejamento estratégico, para a empresa ter um objetivo claro. Fizemos uma análise interna e externa profunda e construímos um planejamento que dá clareza para a gestão que vai tocar os projetos sobre qual é o norte da empresa em negócios, em excelência operacional e estabilidade e em cultura organizacional”, detalha.
A cultura, inclusive, está entre as principais mudanças necessárias para que o planejamento estratégico seja alcançado. O lançamento do novo manifesto, que está previsto para as próximas semanas em um evento para os mais de 200 colaboradores, é um dos exemplos do que já está em andamento. “Entre as características positivas que eu vi na empresa quando cheguei é o quanto as pessoas gostam de trabalhar aqui. Estamos em um ambiente bom de atuar e ampliando a equipe em diversos setores”, acrescenta o diretor. Entre as contratações recentes, estão a do novo gerente comercial, Paulo Ricardo Steiner, que chega com a bagagem de ter atuado em mercados em que a Autotravi está posicionada; e da nova Gerente de Operações, Patrícia Risson de Mattos, que acumula 25 anos de experiência em desenvolvimento de estratégia para a gestão na indústria.
Transparência e maior clareza do que cada um deve fazer para que a Autotravi atinja os objetivos propostos fazem parte dessa nova gestão que vem sendo implantada por Vanin. As pessoas fazem parte dos planos de aumentar a receita decorrente de exportações para 20% até 2027. Em 2023, as vendas para mais de 20 países representaram 15%. Entre as ações previstas para que essa meta seja batida estão a experiência e o networking que chegaram com Vanin e uma maior participação em feiras internacionais. “Vamos voltar a ir para as feiras e nos expor mais. Nosso segundo maior cliente é americano e queremos estreitar parcerias com empresas que reforcem a nossa presença fora do Brasil”, afirma. Para 2024, já está confirmada a presença da Autotravi na Automechanika, em Buenos Aires em abril, em Frankfurt em setembro, e em Las Vegas em novembro, além da Lat.Bus, em agosto, na capital paulista.
O posicionamento no mercado, porém, não estará restrito ao Brasil. Este ano que antecede o aniversário de 80 anos tem entre suas prioridades um investimento em rebranding. “Não tenho dúvidas de que a Autotravi é a marca mais forte no mercado do produto que ela faz”, destaca Vanin. A partir dessa posição, será feito um trabalho de resgate do passado para construir o futuro e manter essa história de longevidade.
Somando todas as frentes de atuação, Vanin espera quase repetir o excelente resultado atingido entre 2019 e 2023, quando a empresa dobrou de tamanho. “Nossa meta até 2027 é quase dobrar novamente, subindo de uma receita líquida de R$ 64 milhões em 2023 para R$ 110 milhões”, reforça. O planejamento estratégico para chegar até lá foi feito a partir de inteligência de mercado, com todas as ações previstas para este primeiro ano. Conforme os números vão chegando, ajusta-se o que for preciso. “Atuar no Brasil é sempre desafiador, mas eu estou otimista e acredito que teremos excelentes resultados”.
Ao final de 2023, Vanin calculou quanta borracha havia sido produzida na fábrica, concluiu que os 8.620 quilômetros lineares eram suficientes para ir de Caxias do Sul à França e traçou uma meta: “Queremos dar a volta ao mundo”.
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